quinta-feira, 29 de março de 2007

MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO.

Ao me deitar nesta cruz,
Por favor
diz o que faço.
Para reencontrar seus passos,
juntar pedaços
de minha vida
agora em cacos
que não sobraram de você.
Quando assopraram
nova vida em meu caminho
condenado e preso
hoje a pregos espinhos
choro longe de tua luz.
Tão alva
que me cega os olhos,
seca a pele
aquela pele minha
que beijava a tua.
Hoje distante,
é invisível aos meus sentidos.
Coitado de meu tato dolorido,
não apalpa
a calma
do corpo seu.

Qual o motivo desta lança?
Para que ferir meu baço ?
meus ouvidos?
Só ouço
os meus suplícios
tão tarde,
mas se for de tua vontade
passe de mim este cálice
e eu os perdôo pelo que fazem.

Assim como o céu
rasgou-se de cima abaixo,
foram rasgados
os pulsos meus


Antes me cuspiram a face,
de adorador
voltei a ser ateu.
Quando fui teu
andei sob a lua
caminhei sobre as águas
milagres fiz.

Hoje subo
neste monte calado...
Sei que não está
e nunca esteve
ao meu lado,
Agonizo
nesta escura penumbra
sem sua luz...

Ao som
dos eternos linchamentos
carrego em passos lentos
hoje meu leito.

Hoje meu leito?
A cama dura
que em paz me deito,
É chamada
de cruz.

2 comentários:

Unknown disse...

Por várias vezes eu caí e me levantei, quanto mais meus joelhos encontram o chão, mais forças preciso para subir este monte, mas pq continuo?
Para se chegar às alturas, o caminho é tortuoso, difícil, angustiante; sabendo que minha vontade pode se extinguir, que minha fé pode acabar durante subida, sabendo que posso enfraquecer; percorrerei cada passo lento de uma vez. Por mais tempo que demore, não importando a dor que eu sinta, posso duvidar, mas nunca desistir...

Unknown disse...

adorei!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Natalia