Sabe,
a gente não escolhe
por quem nosso coração balança.
Ele só balança e pronto.
E bagunça toda nossa vida.
E a gente fica com cara de bobo
Eu não a culpo por balançar meu coração.
Culpo seus lindos olhos
De tão encantadores que eles são.
Culpo sim seu lindo corpo
Que me causa tanto estorvo
e alienação
É culpa exclusiva de seus pequeninos seios
Que me partem ao meio
por desejar-te em frenesi.
Agora culpo suas pernas,
quero me apossar delas.
Atolar-me em suas areias
incandescentes e sutis.
Pensando bem
a culpa é de suas mãos,
que sufocam-me sem me tocar.
Talvez seja culpa de seus cabelos,
do lindo jeito que os deixa sem pentear.
Já sei,
de sua pele é a culpa,
por esta minha labuta.
Esta minha vida agora diminuta
sem os prazeres de sua carne.
Isto é o que sinto por ti.
Uma parcela de culpa,
Outra maior de amor e tesão.
Agora quanto ao que sente por mim.
Sei que fica ressabiada em dizer.
Quer reprimir seus sentimentos.
Mas eu digo: deixe-os viver.
Mostre-os ao mundo
Não importa a resposta.
Todos devem saber.
Se for uma resposta
que corresponde nossa expectativa
é melhor ainda.
Mas mesmo se esta
for de repulsa ou descaso
(no meu caso,
acho que é isso que sente por mim)
Também deve ser dita.
Afinal,
o negar a Cristo três vezes
não foi inventado por ti.
Não a culpo por não me amar
Culpo sim a mim mesmo.
Que não me policiei com zelo
E hoje vago semi-árido
Tentando tocar suas vestes ou seus tornozelos.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
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4 comentários:
Bem, o senhor entrou no meu orkut e pediu para que eu desse minha opinião sobre o seu poema, lá vai:
O título do texto, em princípio, nos faz pensar em algo menos carnal, porém não é isso o que ocorre. O poema começa dizendo que o "coração balança", mas isso é só por causa da carne, segundo o que eu entendi.
A meu ver, o uso excessivo de palavras coloquiais, é uma tentiva de demonstrar um estilo próprio, mas acaba não combinando com o caráter romântico do texto, apesar de este usar e abusar da sensualidade. Também acho que o verbo "culpar" é usado de forma precipitada, como se o "amor" fosse um crime... Talvez, este que o senhor descreveu, seja , pois é muito carnal e pouco platônico.
Fui sincero, li somente uma vez e não parei pra pensar muito, mas isso é o que ocorrerá com a maior parte das pessoas...a primeira impressão é a que ficará. Falou.
Por exemplo, está escrito o seguinte:
"vida agora diminuta
sem os prazeres de sua carne"
ou seja, a sua vida é diminuta sem a carne dela.
Reparei também que o culpado sempre é uma parte do corpo da outra pessoa.
não sei se isso é negativo ou não.
nem sei se esse era o seu objetivo.
Simplesmente real...
Eu gosto muito do que você escreve!
E este foi o texto que mais gostei, pois me lembra algo que ainda não consegui associar.
Também me fez pensar que, por algum motivo, já te conhecia.
Sentimentos são estranhos e, diria até, um pouco assustadores.
O que você escreve me causa sensação e isso é bom!
Bah
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